O QUE MEU LÍDER PODE PENSAR SOBRE O HOME-OFFICE PARA SEMPRE?

27/08/2021

Após experimentarmos um isolamento social a nível global por aproximadamente 17 meses, quando fomos, a princípio obrigados a exercermos nossas atividades em home-office, a impressão hoje é que se a maioria dos empregados pudessem escolher voltar ou continuar em casa a cultura de trabalho centrada em escritórios estaria comprometida, ficando difícil de exigir a volta de todos.

As ferramentas online que nos permitem trabalhar em qualquer lugar foram finalmente adotadas em grande escala, e muitos empregados dizem que esperam manter a opção home-office muito depois que a pandemia se tornar uma memória nebulosa.

Um relatório publicado pela Microsoft, 2021_Microsoft_WTI_Report_March, descobriu que 73 por cento dos funcionários desejam acordos de trabalho flexíveis no futuro. Muitas empresas globais estão atendendo a essa chamada como Google, Microsoft e Dropbox. Estas dizem que vão permitir que alguns funcionários continuem trabalhando em casa alguns dias por semana e muitas outras anunciaram planos para oferecer flexibilidade de localização para determinados funcionários no futuro.

Com o avanço acelerado das tecnologias digitais, haverá alguma empresa sofrendo ao parar de exigir que os funcionários fechem 40 horas semanais de trabalho, em suas sedes?

Existe um bom motivo para todas as décadas que passamos nos deslocando e comendo tristes em nossas mesas ou em restaurantes corporativos?

Para tentar responder estes pontos a empresa de mídias americana MICROFONECONNECT procurou alguns gerentes e donos de empresas sobre os verdadeiros benefícios e desvantagens do trabalho virtual e o que eles realmente pensam sobre o futuro do trabalho em casa.

Uma das descobertas mais surpreendentes é que, em geral, os empregados não são considerados menos produtivos em casa do que no escritório. Na verdade, segundo alguns relatos, muitos foram mais produtivos trabalhando remotamente. No início a dúvida, a ser respondida com o tempo, era se os trabalhadores poderiam ser produtivos em casa, mas Brian Elliott, vice-presidente do The Future Forum, identificou que essa pergunta não teria uma resposta certa, pelo motivo que a maioria das empresas, a nível global, nunca mediram a produtividade com precisão, pois concentrava-se excessivamente em quem estava aparecendo e registrando horas, em vez de olhar para projetos concluídos ou desafios resolvidos. O isolamento pela pandemia forçou as empresas a adotar as entregas nos prazos e na qualidade planejada como parâmetro de produtividade, como deveria ter sido a muito tempo atrás.

Mas quanto à qualidade desses resultados? Forma melhores ou caíram?

Um ambiente centrado em sedes é a forma mais propícia para um bom trabalho, particularmente quando envolve colaboração criativa?

Quando pensamos em um trabalho criativo, podemos ter a imagem de um grupo em salas sentado em uma mesa longa com várias pessoas de áreas diferentes tendo a frente um quadro com um muitos post-it colados. Mas para Elliott, esse nunca foi o cenário ideal para um brainstorming. "Os quadros brancos são os lugares onde o pensamento de grupo acontece, mas o que geralmente se vê nas empresas é que um profissional sênior, mais experiente, se levanta segura o pincel e começa a desenhar uma ideia, os participantes juniores, quando são solicitados a ter ideias, tendem simplesmente a se fecharem. As reuniões não são produtivas, sendo necessárias várias sessões para montar um ações". Em vez disso, empregados trabalhando em um ambiente colaborativo, podem se beneficiar do brainstorming permitindo a todos do grupo mostrarem suas ideias, classificar e priorizar as melhores, em um ambiente não hierárquico, tudo em plataformas tecnológicas, amigáveis. Algumas empresas reinventaram seus processos de análise e adotaram um fluxo onde os empregados fazem um brainstorming por conta própria antes de trazerem as ideias para o grupo, em vez de compartilhar espontaneamente em tempo real.

Para alguns setores as experiências criativas são um produto, como treinamentos, e traduzir essas experiências para a mídia de videoconferência nem sempre é fácil. No entanto, a transição do presencial para as aulas em vídeos tem sido bastante bem-sucedida. Ainda assim, algumas aulas têm mais impacto quando feitas presencialmente, como aulas de oratória e de desenvolvimento de competências ou de habilidades interpessoais. Estas são muito melhores pessoalmente, porque se trata de comunicação interpessoal.

Outro grande desafio é quando se necessita aclimatar um novo funcionário enquanto trabalhava remotamente. A preocupação de alguns gestores era por não poder ver o recém-contratado(a) e perceber como ela estava se sentindo. A dificuldade era que presencialmente poder-se-ia observar muito sobre a tranquilidade ou nível de estresse de alguém, apenas observando a linguagem corporal. Difícil de julgar isto por um e-mail ou por vídeo.

Daqui para frente, um dos maiores desafios para os executivos de todos os níveis com a mudança no ambiente de trabalho será garantir que a escolha do empregado, por escritórios ou home-office, seja propicio para produtividade, atingimento dos resultados e principalmente que garanta a igualdade para todos nas análises de desempenho e promoções.

Uma forma que algumas empresas estão tomando é que seus executivos sejam referência a também adotarem rotinas semanais hibridas: alguns dias em home-office e outros na sede. Outra é adotar uma política que se uma pessoa precisar comparecer virtualmente a uma reunião, todos comparecerão virtualmente, de forma que ninguém pareça mais "na reunião" do que qualquer outra pessoa.

Tudo isto é interessante de se ler, MAS O QUE OS EXECUTIVOS PENSAM SOBRE UM FUTURO DE TRABALHO EM CASA?

Se tratando em manter o faturamento e diminuir custos já sentiram que é viável e dá muito resultado. Mas no geral estão começando a ver esta forma de trabalho como algo necessário para competir por empregados. Depois da remuneração, a flexibilidade do local são, na atualidade, os principais fatores para os empregados decidirem por um novo emprego. As organizações que permitem flexibilidade real atrairão candidatos mais procurados, e isso pode a médio e longo prazo fazer a diferença no resultado de um negócio.

Ao final adotar o home-office não é simplesmente uma questão de cortar custos fixos e ter produtividade para ter melhores resultados financeiros, mas sim deverá ser encarado como uma política estratégica para atrair e reter talentos.

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Até um próximo

Obs.: este artigo teve como base a publicação de Alex Williamson Alex Williamson, no blog Mic, 16 de agosto de 2021 e relatório 2021_Microsoft_WTI_Report_March.