AS AULAS DE FÍSICA PODEM EXPLICAR POR QUE NÃO AVANÇAMOS.

26/03/2021





Ontem ouvi de uma cliente sobre uma disputa que está acontecendo na empresa entre dois gerentes que possuem visão diferente sobre uma situação. Ela está no meio porque o resultado provocará impacto em sua área. Veio até mim pedindo ajuda sobre estratégias para fazer os dois se alinharem, antes que todos perdessem os resultados e no final a empresa perdesse o cliente.

Fiquei pensado como o conhecimento adquirido naquela aula em que a professora de física ensinou que o movimento vai na direção da resultante do sistema de forças. Lembra disto? Esta teoria pode nos ajudar a pensar sobre situações corporativas. Quando cada um puxa para um lado, o movimento não irá rapidamente em direção ao objetivo desejado, com isso perdemos energia, tempo e o risco de frustação para todos é grande.

Lembrei também da brincadeira de cabo de guerra na infância. Nessa brincadeira, quando uma equipe ganha a outra cai e os amigos se divertem com a queda enquanto celebram a vitória. Acredito que no mundo corporativo não é isso que queremos. Todos querem ganhar, mas ganhar com o custo da queda do outro prejudica o negócio e as relações entre todos no final, incluindo os clientes.

Executivos que levam suas equipes a entrarem em disputas internas nas empresas, devem ter esquecido das aulas física e das brincadeiras de infância. Não adianta a produção querer forçar a finalização de produtos, sem a logística entregar, sem o controle financeiro adequado, sem o suporte do RH para preparar pessoas para os desafios. Diante disso, quantos recursos são desperdiçados? Capital humano, financeiro, intelectual e emocional.

Estamos sofrendo como nação no meio de disputas políticas. Independentemente da posição política, sem querer apoiar um ou outro lado, coloco a reflexão que é que o povo brasileiro sofre quando cada setor da sociedade puxa a corda para um lado e nós não avançamos como nação. Enquanto vemos outros países saindo da crise, nós permanecemos nela.

Falta liderança: isso deixa negócios à deriva sem um planejamento claro e um país inteiro "brincando de cabo de guerra".

Quando isso acontece é hora de parar para realinhar a estratégia. Parece tão básico, mas não vemos isso. E se você é líder, eu pergunto: qual o objetivo que sua equipe está buscando alcançar agora, como time não individualmente.

É necessário também entender o perfil de cada um e como podem colaborar para o resultado. Podem existem perfis conflitantes no grupo: pessoas com capacidade para desafiar pensamentos e tomar decisões duras, outras que precisam colocar dados para que a decisão seja embasadas.

Diferentes formas de pensar e tomar decisões só agravam o conflito. Sem uma liderança forte que tenha visão sistêmica e habilidade para discernir qual a melhor estratégia para o momento, a equipe ficará apenas no cabo de guerra sem avançar.

Talvez muitos líderes tenham fugido da aula ou continuam pensando que estão na infância brincando de cabo de guerra.

Você está nesse momento envolvido em algum jogo de forças? Que tal parar e analisar estrategicamente para onde ir e usar mais adequadamente seus recursos.